Pindoba-AL e Rio de Janeiro, são gêmeos de pais diferentes, Mas, com os vesmos avós

Pindoba é uma cidade alagoana que fica na zona da mata, cercada de pequenas elevações geográficas e adornadas por belas paisagens naturais;

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Pindoba é uma cidade alagoana que fica na zona da mata, cercada de pequenas elevações geográficas e adornadas por belas paisagens naturais; a 92 km de Maceió, o acesso é feito por duas vias estaduais de pavimento em piçarra, cortadas por riachos, sob precárias pontes de madeira; a menor cidade de Alagoas, cuja proximidade de Maceió, não a exime como paradigma dos grotões nordestino. Em seu entorno reina os donos de usina de açúcar, conviveres de duas civilizações: da metrópole obediente as regras civilizatórias, em Pindoba convivem com a cultura dos grotões do chefete político e do bacamarte. Os detentores do poder político local devem obediência aos poderosos e estes em contrapartida fecham olhos e, tacitamente, apoiam os desmandos e desordens dos seus prepostos; são fornecedores de cana-de-açúcar para as usinas e a mão forte que pacifica perturbadores que se voltam contra as leis particulares do usineiro.

A vida em Pindoba não é muito diferente de outros municípios do interior nordestino, vivem, ainda, sob o tacão de seus coronéis. Em Pindoba o poder está nas mãos da cruenta oligarquia dos Cardoso e Fidelis, apoiados na solidariedade dos capangas, sequazes e dos grupos de extermínios ligados muitas vezes a polícia; desde décadas passadas o Coronel Vitinho, patriarca dos Cardoso e Fidélis se aproveita da leniência da justiça, da omissão da polícia, para perpetrar seus crimes na região. Pindoba está sob o mando dessa oligarquia rural sanguinária, desde temos idos, em que no município resolvia todas as querelas: no executivo, legislativo, judiciário, até mesmo da Igreja. Contam que o vigário local ao ser perturbado por um bebinho durante os atos dominicais, foi se queixar ao Coronel Vitinho; dias depois de feita a denúncia, o padre indagou sobre a ausência do bebinho na igreja; o Coronel foi contundente: matei o perturbador; o vigário, mas, coronel! – “O senhor me pediu para resolver, resolvi”. Assim, continua a política dos Cardoso e Fidélis fazendo justiça com as próprias mãos. Faço a observação em face da visita de Bolsonaro a Alagoas, político carioca que sempre con- viveu com milícias, crime organizado e a leniência da polícia e da justiça. De maneira que ao indagarem sobre a chacina de vinte oito pessoas, em Jacarezinho, bairro do Rio de Janeiro, o presidente adiantou o que já havia dito o vice Morão: “eram todos bandidos”, acrescentando que: “ao tratar como vítimas traficantes que roubam, matam e destroem famílias, a mídia e a esquerda os iguala ao cidadão comum, honesto, que respeita as leis e o próximo. ” (BRASIL DEFATO0). Alguém que acompanhava a comitiva presidencial resmungou: ” é isso mesmo, o Rio evoluindo, fazendo benchmarking das leis de Pindoba, devíamos cobrar royalties”.

Portanto, o que ocorre no Rio de Janeiro, hoje, com bairros dominados pela milícia e por traficantes, no comando do tráfico de drogas, armas, na construção civil entre outras contravenções, com disputas de territórios, adota tecnologias que Pindoba já não alcança; mas, uma coisa é certa: a promiscuidade de políticos, justiça e polícia com esses grupos marginais é idêntica, é a mesma lá e cá. De maneira que Pindoba e Rio de Janeiro são gêmeos de pais diferentes, aquela filha dos coronéis do sertão, este filho da contravenção, mas têm os mesmos avós: os políticos.              

FRANCISCO CARTAXO MELO – Consultor organizacional – Ceará

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