
Pesquisa realizada pela multinacional de serviços profissionais, Ernst & Yonung, depois de constatar vários erros operacionais de grandes empresas, apelava: “MUDE AGORA OU CALE-SE PARA SEMPRE”. Ao tempo que chamava atenção para a necessidade urgente de mudança nos modelos operacionais dessas empresas. Em um ambiente de negócios em acelerado ritmo de mudanças e de alta complexidade, as empresas precisam adequar seus modelos de gestão as novas exigências do mercado, do contrário não sustentarão seus desempenhos nem as margens históricas de lucro.
O estudo apontava que 74% das empresas examinadas precisavam mudar, significativamente, seus modelos de negócios, a fim de permanecerem no mercado. A pesquisa constatou que estratégias do passado não funcionam mais no presente, muito menos podem projetar seus modelos de gestão para um cenário de negócios mutante; com maior competitividade, pressão bem maior sobre as margens de lucro e novos ingredientes no ambiente de negócios: o novo paradigma imposto pelas mídias sociais (Twitter, Facebook, whatsapp, IA, etc.) alterou a referência principal da marca, quem manda não é mais a empresa, mas o consumidor. Portanto, hoje as empresas precisam de novos atributos para interagir com o público, o cliente, para construir um novo conceito de imagem. Não é apenas jogar um conceito e deixar lá para ser consumido; divulgar em um alto falante, ou carro de som preços e qualidades do seu produto.
Faço essas considerações a partir da realidade de nossos supermercados: facilmente se identifica formas antigas de se fazer negócios, empresas que estão mais interessadas em proteger o passado do que em criar novas competências; a pouca exigência em relação ao fornecedor de produtos perecíveis; o layout de suas prateleiras. O que abre múltiplas possibilidades para a concorrência de grandes empresas, que buscam novos mercados, atuarem monopolisticamente; o que lhes dá poder de barganha junto aos fornecedores que não têm, isoladamente, o pequeno e médio supermercado; ademais, a empresa monopolista opera com tecnologias de ponta, como plataforma de e-comércio.
As pequenas e médias empresas para conviver nesse novo mundo de negócios têm que criar mecanismos para controlar as vantagens competitivas, desenvolver novas competências: usar as vantagens da capacidade de flexibilização junto ao consumidor; realizar compras conjuntas, modelo em que as empresas se unem, mediante parcerias, para aumentar o volume de compra e conseguir melhores preços e melhores condições comerciais. São alianças estratégicas que sempre foram usadas pelas grandes empresas, mas hoje se impõe ao médio comércio local.
FRANCISCO CARTAXO MELO
ARTICULISTA DO ESPAÇO CARIRI