Eleição do Conselho Tutelar, Quantos cabem no Guarda Chuva DO PODER ?

A eleição do CONSELHO TUTELAR DE MAURITI, ocorrida em 01/10/2023, recrudesceu a participação do poder público, executivo e legislativo, no apoio à

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A eleição do CONSELHO TUTELAR DE MAURITI, ocorrida em 01/10/2023, recrudesceu a participação do poder público, executivo e legislativo, no apoio à candidatura de alguns futuros conselheiros. Esses poderes colocaram debaixo do guarda-chuva da máquina municipal alguns candidatos; desconsideraram o aconselhamento da Comissão Especial Eleitoral do CMDCA, e ostensivamente, manifestaram seu apoio, principalmente, via internet, considerada, expressamente, conduta vedada pela promotoria.

Os políticos, por incrível que pareça, não alcançaram os efeitos gerado pelo mundo da informação e do conhecimento, que tem como o principal deles o fim do poder tradicional: paternalista, nepotista e patrimonialista, fundado no mandonismo local. É o que nos ensina MOISÉS NAIM¹: O poder está se dissipando cada vez mais, os atores políticos tradicionais estão sendo confrontados com novos e surpreendentes rivais; se antes o poder arraigado construía barreiras para defender seu espaço e se proteger de rivais e aspirantes, hoje, a sociedade da informação e do conhecimento rompeu esses obstáculos; de maneira que o micropoder, conselhos, associações, etc., podem ameaçar atores que se encontram encastelado no poder por usar, através de governos, a condição de mando e da prestação favores. “Portanto, a degradação do poder é o primeiro passo para encontrar um caminho de avanço num mundo que está renascendo”.

Em Mauriti, esse novo mundo só pode renascer pelas mãos de jovens que tenham sentimento de solidariedade e sejam protagonistas como aqueles que se candidataram ao CONSELHO TUTELARA. Esses moços, que se habilitaram a uma função no Conselho Tutelar, são os novos atores políticos que se projetam para disputar uma vaga na Câmara de Vereadores, ou em outros cargos, nas próximas eleições; de maneira que se somarmos os trezes candidatos que obtiveram acima de duzentos sufrágios temos 5.575 votos, mais da metade da votação da legenda do PT para vereador; e em torno de dois terços da votação da bancada de vereadores do PDT;  as demais legendas, que elegeram vereadores, DEM e PROS obtiveram menos da  metade dos votos totalizados pelo candidatos ao Conselho Tutelar.

Temos que considerar alguns aspectos, em eleição como essa: trata-se de uma eleição com pouquíssimos recursos, votação em sua maioria motivada por valores intrínsecos dos candidatos, sem qualquer apelo para expectativas futuras de benesses: emprego, dinheiro, etc.; enquanto, a eleição para vereador se sustenta em promessas, mando e concessão de favores. Lições podem ser tiradas desses eventos, a população já não se deixa enganar facilmente, portanto o conselheiro tutelar eleito pode ser, indiscutivelmente, o vereador eleito na próxima eleição, uma vez que gerou um capital político fundado na credibilidade, confiança e empatia, pois se a sociedade os elege para defender crianças e adolescentes com direitos violados ou ameaçados, pode elegê-los para uma tarefa de maior dimensão: lutar por melhorias na nossa cidade e cuidar para que a cidadania não seja violentada pelo nepotismo,  nem pelo patrimonialismo, que se abrigam na sombra do poder.

FRANCISCO CARTAXO MELO

ARTICULISTA DO ESPAÇO CARIRI

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