RETORNO AS CAVERNAS

INTROSPECÇÃO DE CADA UM: JOVENS CONVERSANDO-HOMENS DA CAVERNA CONVERSANDO O ser humano evoluiu das cavernas, passando por várias etapas civilizatórias: nas cavernas

COMPARTILHAR

INTROSPECÇÃO DE CADA UM: JOVENS CONVERSANDO-HOMENS DA CAVERNA CONVERSANDO

O ser humano evoluiu das cavernas, passando por várias etapas civilizatórias: nas cavernas se comunicavam através da arte rupestre e combinações de gestos, sons, expressões faciais e linguagem corporal; evoluímos para interconectividade tecnológica que caracteriza o momento atual; chegamos ao mundo da informação, do conhecimento, com a proliferação de linguagens as mais diversas: com o objetivo de se entender o mundo, resolvermos problemas ligados a comunicação entre as pessoas a fim de mantermos a coesão social; promovermos formas mais complexas de organização social e de produção de mais conhecimento. Todavia, com todos os “gatgests” que inundam o mundo da comunicação, entre as pessoas, mesmo assim, a sociedade progride para a comunicação do silêncio: o celular isola as pessoas, as mensagens são diálogos silenciosos, os kkkk e emojis é uma prova do retorno ao mundo das cavernas, no caso tecnológicas, em que a conversação ocorre mediante a utilização de símbolos que representam ideias e elementos culturais já consagrados na conversação do jovem. Jovens e adolescentes sentados lado a lado se comunicam por mensagens e símbolos horas afio sem dar uma palavra um com o outro.Certo fim de semana levei minhas filhas para rever colegas e patinar na praça; fiquei sentado em um dos bancos da praça, enquanto as

crianças se divertiam em seus patins. Nesse interim, duas adolescentes sentaram ao meu lado e começaram a usar os celulares, notei que elas estavam, silenciosamente, conversando, pelas risadas que davam à medida que o diálogo de mudos continuava, pelo celular. Esse é mundo que nos espera: da mensagem eletrônica, das figurinhas e emojis, do silêncio que emudece as pessoas, reprime a eloquência da fala, do diálogo, das conversas que despertam emoções e geram sociabilidade.Para Marshall McLuhan, estudioso da comunicação, “a obsolescência nunca significou o fim de nada, é apenas o começo”: “Ele acreditava que uma tecnologia que se toma obsoleta não desaparece, mas encontra novas formas de ser utilizada ou um novo propósito”. Quiçá, esse novo proposito da tecnologia não seja o de afastar as pessoas do contato humano, da palavra que educa, e potencializa a interação social.

Francisco Cartaxo Melo, Articulista do Espaço Cariri

Tags relacionadas

Mais Lidas