Edinildo Gomes da Silva (Nildão), ao atender o convite da
vereadora Virgínia Reis para ir ao plenário da câmara dá sua versão
sobre o aumento do consumo de combustível da prefeitura
municipal, (2024), e dirimir dúvidas, o fez com calma e segurança.
Assisti ao depoimento do Coordenador de combustível da
prefeitura, vi reinar calmaria e constrição no semblante da edilidade,
lembrei da fábula atribuída a Esopo: em uma pequena cidade, entre
apavorada e curiosa, a população local ouviu um grande rugido na
montanha, ao lado da cidade; a população em polvorosa viu se
aproximar o rugido, no aguardo que um monstro emergisse de
dentro da montanha, alguém gritou: “a montanha pariu um rato”, o
pequeno roedor saltitava a margem da montanha em busca de
comida.
A denúncia estridente do vereador Iata Guerreiro Furioso, sobre o
consumo de combustível, ao se confrontar com as justificativas de
Nildão, transformou-se no ratinho da fábula, pequena; ademais,
recebida pelo vereador da oposição com palavras afáveis e
acauteladas, o que não é de seu feitio.
A denúncia alcançava o elo mais fraco, o Coordenador de
combustível, deixava ao largo secretários municipais e ordenadores
de despesas. O trato com a coisa pública, como achaque,
denúncias etc. não deve apenas visar o elo mais fraco da pirâmide
administrativa, gerar suspeição, indagações maliciosas, porque são
prejuízos morais que mancharão a reputação do servidor atingido;
isso não é bom pra o denunciado, nem para aqueles que
denunciam.
Não entro no mérito: se ouve ou não desvio de combustível; mas, é
interessante considerar os argumentos de Nildão: preço médio do
combustível superior em torno de 20% do preço atual, a receita
municipal inflada com as contribuições tributárias da Power China,
atendimento aos pedidos de conserto de estradas municipais,
veículos se deslocando para o Cariri e Fortaleza, etc. No entanto,
pode-se “levantar a lebre”, é só cotejar: distância, volume de obras
realizadas, preços de combustível com dados das notas fiscais,
mapas de controles de viagem, etc. Com isso, saberemos se há
decência nas palavras dos que denunciam e na narrativa daqueles
que se justificam; pois, a construção de uma essência ética e da
recusa em ser corrompido, se materializam nos fatos, não estão nas
palavras.
CARTAXO MELO ANALISTA
DO ESPAÇO CARIRI